Quinta, 12 de Junho de 2025
Publicidade

Estudo revela fatores de risco para queda da função renal após doação de rim na Amazônia

A pesquisa destaca três fatores principais. Confira.

29/01/2025 às 14h20 Atualizada em 29/01/2025 às 18h10
Por: Voxmais
Compartilhe:
Estudo revela fatores de risco para queda da função renal após doação de rim na Amazônia

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade do Estado do Pará (UEPA) identificou fatores de risco que afetam a recuperação da função renal em doadores vivos de rim. A pesquisa, realizada com pacientes do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, revelou que a obesidade, a albuminúria (presença de albumina na urina) e a proteinúria (excesso de proteínas na urina) podem comprometer a capacidade dos rins de compensar a perda após a nefrectomia.

Transplante renal: um tratamento vital, mas com desafios
O transplante de rim de doador vivo é considerado a melhor opção para pacientes com insuficiência renal, pois apresenta menores taxas de complicações e melhora a qualidade de vida do receptor. No entanto, para garantir a segurança dos doadores, é essencial avaliar os riscos da doação. O estudo analisou dados de 32 doadores que passaram pelo procedimento entre 2016 e 2022.

Os resultados mostraram que 43,75% dos doadores apresentaram uma taxa de compensação renal inferior a 70% um ano após a cirurgia, um índice que pode indicar maior vulnerabilidade a complicações futuras.

Principais fatores de risco identificados
A pesquisa apontou três fatores principais que influenciam negativamente a recuperação da função renal após a doação:

- Obesidade: Pessoas com índice de massa corporal (IMC) elevado tiveram 10,6 vezes mais chances de apresentar uma recuperação renal inadequada.
- Albuminúria: O aumento da excreção de albumina na urina elevou o risco em 2,41 vezes.
- Proteinúria: Níveis elevados de proteínas na urina foram associados a um risco 1,14 vezes maior de uma recuperação insuficiente.

Em contrapartida, um fator protetor foi identificado: indivíduos com taxa de filtração glomerular (TFG) mais alta antes da doação tiveram uma melhor compensação renal após a cirurgia.

Importância do acompanhamento e seleção criteriosa
O estudo reforça a necessidade de uma triagem rigorosa dos doadores, além do acompanhamento contínuo para aqueles que apresentam fatores de risco. Segundo os pesquisadores, a obesidade já é um critério de atenção na seleção de doadores, mas os dados mostram que mesmo indivíduos aparentemente saudáveis podem ter dificuldades na recuperação da função renal.

"A doação de rim é um ato nobre que salva vidas, mas é essencial garantir que os doadores estejam em condições seguras para o procedimento e sejam acompanhados adequadamente no pós-operatório", afirmam os autores do estudo.

Cenário do transplante de rim no Brasil
De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o Brasil é um dos líderes mundiais em transplantes renais, com mais de 5.300 procedimentos realizados em 2022. No entanto, apenas 14% desses transplantes foram feitos com doadores vivos, um número que pode crescer se houver mais conscientização sobre a segurança e os critérios de seleção de doadores.

Conclusão
O estudo destaca a importância de identificar e monitorar fatores de risco em doadores de rim vivo, garantindo um processo mais seguro e eficaz. Pesquisas como essa ajudam a aprimorar os protocolos de transplante, protegendo tanto os doadores quanto os receptores. 

A doação de rim continua sendo um procedimento essencial para salvar vidas, mas exige um olhar atento para a saúde dos doadores a longo prazo.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários