A existência de políticas de diversidade para funcionários varia de acordo com o tamanho da empresa. Pesquisa da ONG Visão Mundial e do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social mostra que, quanto maior a companhia, mais incisiva é a presença de boas práticas. Entre as organizações que se consideram de grande porte, 73% desenvolvem ações inclusivas. O número cai para 66,7% nas firmas de médio porte e chega a 63% entre micro e pequenos negócios. O levantamento foi realizado com 76 organizações, entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, em dez estados.
As empresas foram inquiridas sobre movimentos igualitários para mulheres, pessoas com deficiência (PCD), grupos LBTQIA+, refugiados e migrantes. No total, 68,4% das respondentes têm alguma política inclusiva e de promoção da igualdade para, pelo menos, um dos grupos em destaque. Cinquenta companhias ou quase 70% mantêm agendas para mulheres, a maior participação observada por grupo pesquisado.
Já o menor número de adesões aparece nas iniciativas para refugiados e migrantes, em 27 organizações (37,5%). “Há uma crescente preocupação das empresas em iniciar ou intensificar políticas de inclusão e diversidade, que costumam ser organizadas de duas formas: uma mais ampla, com questões raciais, de gênero e de minorias em geral, e outra pontual, que busca focar em um público específico, em um determinado período de tempo”, explica Thiago
Na visão do especialista, a experiência obtida pelos gestores com diretrizes igualitárias em curso abre a possibilidade de rápido desenvolvimento de atividades voltadas também para refugiados e migrantes. “Seria possível quase que dobrar o número de organizações que têm ações para quem emigra ou se refugia no país”, calcula. “Práticas simples, como incluir o quesito de refúgio e migração nos critérios de contratação para mulheres, já poderiam ter um impacto importante.” Entre setembro de 2019 até julho deste ano, mais de dez mil refugiados e migrantes foram beneficiados pelo projeto Ven, Tú Puedes (“Venha, você pode”, em tradução literal), organizado pela Visão Mundial em resposta à crise migratória. Seis mil pessoas receberam apoio para a emissão da carteira de trabalho e nove mil na elaboração de currículos, com dados inscritos em plataformas digitais de emprego. Desse contingente, mais de 200 profissionais, segundo a ONG, já conseguiram uma colocação no mercado.
Por Confederação Nacional do Comércio de Bens e Turismo (CNC)