A catarata é uma doença que afeta o cristalino, estrutura transparente que funciona como uma lente, permitindo que os raios de luz o atravessem e alcancem a retina para formar a imagem. Na catarata, o cristalino dos olhos fica opaco, perdendo a transparência e com isso reduzindo a visão. “Os sintomas da catarata não surgem logo no início da doença e a evolução costuma ser lenta. Conforme o problema avança é que a pessoa começa a sentir algum incômodo e dificuldade para enxergar. Vale ressaltar que a doença pode afetar inicialmente apenas um dos olhos e só mais tarde o outro olho”, esclarece o oftalmologista Dr. Wilkcy Santos.
Segundo o especialista, no início a pessoa vê como se as lentes dos óculos estivessem embaçadas, nubladas ou com “fumaça” nos olhos, como a maioria das pessoas costumam referir. “Com o avanço da doença, a dificuldade aumenta progressivamente e nesse momento, surgem queixas como: dificuldade para dirigir, ler, andar, mudanças frequentes no grau dos óculos, as cores ficam desbotadas e sem vida, até mesmo quedas frequentes. Em alguns casos, passam a enxergar apenas vultos, evoluindo, às vezes, até à cegueira”. Os sinais podem surgir juntos ou mesmo separados. Em casos avançados, a catarata também pode levar ao surgimento de uma mancha branca nos olhos que ficam aparentemente visíveis.
IDADE MAIS PROPENSA AO SURGIMENTO DA DOENÇA
Não existe uma idade específica para surgir a catarata. A causa mais comum é pelo envelhecimento natural do organismo, geralmente após os 50 anos. Nesse caso, classificada como catarata senil. O Dr. Wilkcy Santos explica que a doença também pode ser congênita, quando o paciente já nasce com a doença a qual, normalmente, corresponde a má formação do cristalino, causada por problemas genéticos ou porque as mães tiveram doenças como: rubéola, sífilis ou toxoplasmose durante a gestação. “O uso de medicamentos como os corticoides ou má nutrição durante a gravidez também pode levar à formação da catarata. Nesse caso, a catarata pode ser identificada logo após o nascimento, ainda na maternidade, através do teste do olhinho”, explica o oftalmologista.
Dentre as causas da doença e que interferem na proteção natural dos olhos, destaca-se ainda: o diabetes; hipotireoidismo; uso sem indicação médica de colírios, especialmente dos que contêm corticoides; inflamações ou infecções intraoculares; traumas como socos ou batidas fortes na região dos olhos e excesso de radiação, como radiação solar ou de cabines de bronzeamento artificial e os raios X.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico de catarata é feito pelo médico oftalmologista. Por isso, é fundamental consultá-lo quando há suspeita da doença. Na avaliação é analisado o histórico de saúde, os medicamentos em uso, doenças existentes e outros fatores de risco. Valendo-se de um exame minucioso do cristalino, com um aparelho chamado “lâmpada de fenda”, o especialista poderá detectar a catarata, sua localização e o grau de comprometimento da visão.
Intervenção cirúrgica é o único tratamento disponível para a catarata, pois não existe nenhum medicamento, em comprimido ou colírio, capaz de curar a doença. Os óculos também não são eficazes neste caso, pois a opacidade do cristalino interfere na acuidade visual. A cirurgia consiste na substituição do cristalino com catarata por uma lente artificial chamada Lente Intraocular (LIO). Essa lente fará a função do cristalino e é confeccionada de acordo com a curvatura da córnea de cada paciente, pode ser de vários tipos e corrige vários problemas de visão. Após a cirurgia, o paciente recebe alta no mesmo dia, mas deve seguir os cuidados no pós-operatório: evitar movimentos bruscos, inclinação da cabeça e aplicar os colírios receitados para afastar o risco de inflamação. Em alguns dias o paciente tem a sua visão recuperada.
Dr. Wilkcy Santos
Médico oftalmologista CRMA-PA: 10.825 | Rqe: 5595
Especialista em Córnea e Catarata