Não existe idade para cuidarmos da saúde, e a máxima do ‘melhor prevenir do que remediar’ vale para todos. Quando se fala em saúde da mulher, a médica ginecologista Dra. Suzana Bandeira destaca que esses cuidados devem começar ainda na vida intrauterina, nesse caso, pela mãe gestante. Mas, segundo a especialista, a partir da primeira menstruação toda menina já deve fazer os exames de rotina, tendo como foco, a vida adulta. “É pensando no futuro que a mulher precisa realizar os exames periódicos. Vale lembrar que não são apenas eles que vão garantir uma vida longa e saudável, mas o estilo de vida. Alimentação, atividades físicas, higiene pessoal e claro, a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis”.
A ginecologista lembra ainda que a periodicidade desses exames contribui para o diagnóstico precoce de doenças hereditárias silenciosas como o câncer, que costuma apresentar sintomas apenas em seu estágio avançado. “Esses exames devem ser realizados ao menos uma vez ao ano. Quando detectado algum tipo de problema logo no início, as chances de cura são de 100%. Por exemplo, a partir da primeira menstruação, uma ultrassonografia deve ser realizada. Se uma menina chega com um cisto ou mioma, será possível datar a evolução daquela enfermidade. Dependendo do caso, os exames laboratoriais também entram em cena nesses cuidados preventivos, podendo variar de frequência”, explica.
Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apontou que em 2020, 16 mil novos casos de câncer de colo do útero foram diagnósticados no Brasil. Por isso, outro cuidado que merece atenção é o exame preventivo do colo uterino, conhecido como PCCU ou exame de papanicolau, bem como a colposcopia para aquelas que passaram a ter uma vida sexualmente ativa; ambos realizados anualmente.
Chegada a fase adulta, o corpo da mulher ganha forma e novos exames precisam acompanhar a passagem do tempo. A partir dos 40 anos, a mamografia entra no calendário feminino e deve ser realizada mesmo que não haja sintomas, isso porque, de acordo com a Dra. Suzana, existem lesões mamárias que também são silenciosas e que só podem ser observadas por meio do exame. Com a menopausa, a produção hormonal cai e a atenção à saúde redobra, por isso, outro exame que não pode passar despercebido é o de densitometria óssea. “Durante essa queda hormonal há a tendência de desenvolver um desgaste ou perda da massa óssea, ou seja, a osteoporose poderá levar a fraturas que incapacitarão essa mulher de participar das suas atividades rotineiras”.
Depois dos 40, chega a vez da avaliação cardiovascular. É preciso saber como anda a saúde do coração e evitar problemas graves que também são silenciosos logo no início, como a hipertensão ou a cardiopatia. Mais tarde, passados os 50 anos, é a vez do exame de colonoscopia entrar na agenda de check-ups, já que, de acordo com a médica especialista, o câncer de intestino é uma das doenças que mais matam depois da menopausa.
“Eu costumo dizer que a prevenção sempre vai ser mais econômica e menos dolorosa do que um tratamento. Ressalto que existem várias doenças que só manifestam sintomas na fase avançada, o que dificulta ainda mais o tratamento. Infelizmente, se não houver essa atenção, esse cuidado preventivo, pode ser tarde demais”, conclui.
Dra. Suzana Bandeira
Médica Ginecologista e Obstetra CRM-PA 8316