O racismo dentro dos ambientes de trabalho ainda é uma realidade. Dados da plataforma de empregos Indeed revelam que no ano passado, 47,8% dos profissionais negros tinham a sensação de não pertencimento nas empresas em que trabalham. Ainda de acordo com o levantamento, 60% do entrevistados afirmaram já ter sentido discriminação racial e 47% já presenciaram situações de discriminação. A PEGN reuniu algumas recomendações da consultora de diversidade e CEO da Kairós, Liliane Rocha, para o empreendedor combater o problema dentro de seu negócio.
As empresas precisam dialogar, seja pela pressão das redes sociais, seja pelo potencial de consumo da população negra. Também há um argumento na parcela das pessoas que se autodeclaram negras na população.
Uma pesquisa do Ethos achou só 5% de pessoas negras entre executivos de 117 grandes empresas. Racismo na cúpula das companhias é um grande problema e fica mais evidente nesses ambientes, diz Liliane.
Nas empresas ainda há racismo explícito – às vezes agressivo (gente que diz não querer colega negro), às vezes disfarçado (como sugestões de alisamento de cabelo). A empresa tem de ser dura nesses casos.
Outro problema é o racismo velado: não há ataques, mas a empresa barra as oportunidades para pessoas negras, sem que ninguém admita que é por conta da cor da pele. Isso exige diagnóstico e um plano.
Diante de um caso de racismo, o dono deve avaliar as medidas cabíveis, até demissão. Mas demitir um racista pode não bastar. Eduque – mostre o que dizem a lei e política da empresa contra o racismo.
A diversidade avança cada vez mais rápido na empresa quando o dono se importa e dá exemplo. O empreendedor tem de se incomodar com fatia pequena de pessoas negras em sua empresa, principalmente na liderança.
O perfil médio na sua empresa é homem branco? Aja. Monte um plano com indicadores para contratação, retenção e promoção. A gestão e as reuniões devem tratar das metas de diversidade, diz Liliane.
Da equipe Pegn.