Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da Saúde (MS), foi estimado 59.700 novos casos de câncer de mama no país. A mastologista Laila Freitas já diagnosticou em dois anos, 80 pacientes. Sobre os fatores de risco, Dra. Laila explica que uma mulher pode desencadear o câncer por várias formas. “Já tive pacientes com 24 anos diagnosticada com câncer de mama. Em muitos casos há o fator de risco genético. Há também problemas hormonais, má alimentação, sedentarismo, obesidade, excesso de bebida alcoólica, tabagismo. Esses são os principais fatores de risco. A mudança de comportamento reprodutivo também faz parte dessa lista, porque amamentar é um fator protetor contra o câncer de mama. Muitas mulheres escolheram não terem filhos e muitas têm tardiamente”, ressaltou.
A mastologista destacou também que o uso de anticoncepcional é o fator controverso. “Não tem um estudo que consiga definir exatamente se é um risco e para quais mulheres seria esse risco, isso porque o câncer já nasce com característica de malignidade. Então, têm pacientes que tem nódulos que convivem com ele e não se transformam em câncer. Claro que todo nódulo tem que ser investigado. 75% dos nódulos na mama são benignos, mas é preciso ter certeza”, afirmou.
O maior fator de risco é já ter feito tratamento de câncer de mama. Se a pessoa já se tratou de câncer de mama, houve alteração no organismo. Essas alterações, dificilmente estarão em uma única célula, que podem surgir novamente.
“Durante os 5 primeiros anos o controle é mais rigoroso, principalmente para observar a outra mama. Fazemos um exame periódico um pouco mais próximo, 4 em 4 meses e depois dos 5 anos, passa a ser anual”.
Ao falar sobre o diagnóstico, a mastologista é enfática com os pacientes. “A primeira coisa que falo é para esquecer tudo que sabe sobre câncer de mama e começar a conversar sobre o tratamento. Porque cada caso é diferente. Cada paciente tem que ser tratado de forma diferente. Têm pacientes que o tratamento é bem tranquilo, mas em alguns têm intercorrências, precisa de medicações e intervenções a mais. É bem individualizada.
“Mas, deixo bem claro, 95% dos casos têm cura, quando descobertos em estágio inicial”. Sobre a sensibilização e divulgação da doença, Dra. Laila fala da importância das ações desenvolvidas no mês de outubro. “O Outubro Rosa tem como principal objetivo a sensibilização e divulgação sobre o câncer de mama. Realizamos palestras em Unidades Básicas de Saúde, em escolas, empresas, porque acreditamos que a informação é um passo para diminuir os casos no país. Uma em cada dez mulheres pode desenvolver câncer de mama, então é preciso levar informação correta para todos”, finalizou.